Adiado para amanhã, o anúncio do aumento de impostos sobre a gasolina foi arrancado a fórceps do presidente Michel Temer pelo ministro Henrique Meireles e está preocupando muito a área política do governo. Seus integrantes consideram o momento inoportuno e não esperam compreensão nem de parte do empresariado e nem da mídia. O resultado disso poderá ser mais impopularidade – se é que é possível – e pressão sobre o Congresso. Traduzindo: mais dificuldades no plenário da Câmara para rejeitar a denúncia do PGR contra Temer.
Hoje a estratégia do Planalto é fazer todos os esforços para votar o assunto já no dia 2, pois suas contas indicam que a oposição não tem os 342 votos necessários. Não há garantia, porém, de que essa situação favorável perdure por muito tempo, já que a delação premiada do doleiro Lucio Funaro pode ser homologada no início de agosto também. Aumentar impostos agora, e comprar briga com a opinião pública e parte do empresariado pode não ser a melhor maneira de assegurar uma vitória no plenário da Câmara.