As perguntas que não querem calar em 2017

Acompanhado por agentes policiais, Cunha embarca para Curitiba no avião da Federal. Foto Orlando Brito

Tréguas de Natal e Ano Novo costumam  ser enganosas. Nos último anos, pelo menos, a calmaria dos recessos tem, quase sempre, dado lugar a inimagináveis turbulências. Mas também é possível imaginar que, finalmente, tenhamos alcançado o fundo do poço político e econômico e que, daqui para frente, não há mais para onde cair. 2017 vai responder a essa dúvida a partir de uma série de perguntas que hoje não querem calar. A única certeza é que o futuro depende delas e de suas probabilidades.

1. O governo Temer vai sobreviver à Lava Jato? Chance 7. É possível que muitos de seus integrantes sejam abatidos, mas o próprio Temer só pode ser processado por atos cometidos no exercício do mandato. Sem contar que o ritmo das investigações em Brasília é bem mais lento do que em Curitiba. O tempo é a palavra-chave dessa equação, que tem entre seus componentes o apoio do PIB e do Congresso ao presidente.

2. O PSDB vai manter seu apoio ao governo ? Até o fim de 2017, chance 6. Depois disso, só Deus sabe.

3. Eduardo Cunha vai fazer acordo de delação premiada? Se, no retorno dos trabalhos, o STF negar seu último pedido de habeas corpus -que o Planalto tinha esperança de ver acolhido na segunda turma mas agora foi para o plenário – a chance passa de 5 para 9. Mais uma vez, a salvação de Michel poderá ser o tempo dessa negociação.

4. A OAS vai retomar sua delação premiada? Chance 9.

5. Rodrigo Maia vai se reeleger presidente da Câmara? Chance 7

6. O Planalto vai dar mais cargos e ministérios ao Centrão para sair ileso da briga pela presidência da Câmara? Chance 9

7. A reforma da Previdência será aprovada? Da forma como foi enviada ao Congresso, chance 2. Com mudanças que flexibilizem as regras de transição e atenuem outros aspectos draconianos, chance sobe para 6.

8. O ex-presidente Lula vai ser condenado pelos juízes Sérgio Moro e Vallisney Oliveira? Chance 10. Se vai ser preso, são outros quinhentos. Mas corre sério risco se continuar a aparecer em boa colocação nas pesquisas eleitorais.

9. A popularidade de Temer vai subir? Chance 2

10. O establishment político e econômico e a mídia vão abandonar Temer para defender nova eleição, direta ou indireta? Chance 2.

 

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