Anistia do caixa 2 deve incluir lavagem de dinheiro

Deputado Onyx Lorenzoni. Foto Orlando Brito

Poucas vezes se viu consenso igual entre os maiores partidos na Câmara. Vai ficar difícil para o PSOL e a Rede derrotarem hoje a emenda da anistia ao caixa 2 que será levada ao plenário. As últimas versões do texto buscaram torná-lo o mais amplo possível nas circunstâncias, e devem incluir anistia também para o crime de lavagem de dinheiro relacionado a campanhas eleitorais.

O raciocínio dos líderes dos partidos mais acossados pela Lava Jato é que o texto, além de explicitar anistia para quem não declarou as doações para a campanha, deve deixar claro que ela vale para todos, independentemente da origem do dinheiro. Ou seja, se o recurso doado foi mesmo para a campanha, pouco importará se a sua origem foi lícita ou ilícita. Afinal, argumentam, o político que recebe a doação eleitoral não tem como investigar de onde ela saiu, e boa parte desses recursos não seria pagamento de propina ou de favores – caso em que, aí sim, se configuraria corrupção.

O divisor de águas será a campanha, desde que feita no passado, antes da vigência da lei. Daqui para frente, tudo vai ser diferente, pois vira crime.

Bem, isso é o que está na cabeça dos dos formuladores da emenda neste momento. O objetivo é evitar que o ministério público processe os políticos anistiados pelo caixa 2 por lavagem de dinheiro, conforme já anunciaram que pretendem fazer. Para isso, terão que encontrar provas de que houve um ato de corrupção em contrapartida à doação.

Será mais um dia de intensas emoções.

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