Políticos tradicionais estão saindo do aparvalhamento da derrota e preparam uma grande reorganização no quadro partidários depois do tsunami sofrido nas urnas. Em São Paulo, começa a se organizar um núcleo que reúne, nas conversas, o ex-candidato e ex-governador Geraldo Alckmin, o atual governador, Márcio França, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o ex-ministro dos governos petistas Aldo Rebelo, entre outros. Amigos de Alckmin não descartam nem mesmo a possibilidade de que ele venha a deixar o PSDB se, na reunião da executiva no fim do mês, prevalecer a ideia de seu ex-pupilo João Dória de apoiar o governo Bolsonaro.
Da mesma forma como, em São Paulo, essa espécie de frente anti-Dória é o divisor de águas, para os tucanos a adesão ao governo de Jair Bolsonaro é o limite no nível nacional. Se prevalecer a posição de Dória, que marcaria sua hegemonia no partido, Geraldo Alckmin sai fora, levando um punhado de tucanos de raiz. De outro lado, o senador Tasso Jereissati, ex-presidente do PSDB, também está fazendo as malas e vi cair fora se se confirmar a “bolsonarização” do PSDB.
Seu rumo poderá ser um novo partido, que nåo fará oposição ferrenha a reformas importantes para o país, mas ficará longe do governo. Na avaliação desses políticos, terminada a lua-de-mel pós-eleitoral, haverá importante movimentação no quadro político, e aí sim as coisas vão ficar claras e poderá se abrir uma avenida para a atuação de outros partidos. Sob esse ponto de vista, que leva em conta fragilidade da base bolsonarista, é um erro acreditar que os políticos do establishment foram varridos do mapa.