HELENA CHAGAS

Pela pesquisa do Ipespe, Fernando Haddad, que em novembro tinha míseros 2% entre os catarinenses, agora alcança 7% como substituto de Lula na cédula

A pergunta que fica depois que os caminhoneiros fizeram barba, cabelo e bigode, e mostraram de forma inequívoca que esse governo acabou, é: quem serão os próximos? Serão longos sete meses.

A mídia diz que o governo está acuado, encurralado, fragilizado, refém. Entre quatro paredes, muita gente teme o que pode sair daí. Medidas de força, nas mãos de governos fracos, podem ser muito perigosas

Tirar o corpo fora, e começar a pedir, a esta altura, a cabeça do presidente da Petrobras é uma estratégia eleitoreira e, sobretudo, discutível para quem até ontem aplaudia a gestão Pedro Parente na estata

Maia e Eunício atropelaram a equipe econômica com a solução de zerar a Cide para o diesel, que não agrada a Fazenda. Mas, a quatro meses e meio das urnas, tentam dar uma resposta rápida ao movimento dos caminhoneiros

A explicação mais razoável para a decisão da cúpula do MDB de lançar Meirelles como pré-candidato só pode ser mesmo aquela: dindim. O abastado ex-ministro prometeu bancar do próprio bolso a campanha, permitindo que os recursos do fundo eleitoral fiquem com os demais candidatos. Os emedebistas têm milhões de motivos.

A permanência de Lula na cadeia, incapacitado de fazer campanha, a proximidade da Copa do Mundo e o bate-cabeças no campo adversário da centro-direita são fatores que reforçam a estratégia de manter agora sua candidatura.

Já ficou claro quem é que vai dançar primeiro, e mais uma vez será o Rio. Ninguém se surpreenderá se, daqui a alguns dias, o próprio Planalto, com a cara mais lavada desse mundo, começar a falar em encerrar a intervenção antes do prazo. Ela virou um tremendo mico.

Em um mês, o total de interações com os pré-candidatos cresceu 120% e em 200 mil o número de seguidores dos 15 acompanhados pela AJA - que totalizaram 6,3 milhões.