HELENA CHAGAS

Michel Temer, seus assessores mais chegados e o próprio Rodrigo Maia passaram o fim de semana tentando apagar o incêndio da Operação Métis. Mas vem mais confusão por aí.

Se o distinto público vai aceitar as explicações, só saberemos depois, talvez depois do Fantástico e sua repercussão. Mas o que ficou claro, claríssimo, para todo mundo é que o Planalto está morrendo de medo.

A comoção é tal que é impossível ao visitante - que não precisa ser marciano - não indagar: se ele foi tão bom assim, como não elegeu Hillary Clinton e vai acabar sendo substituído por um sujeito que irá desconstruir boa parte do que fez? São os mistérios da democracia representativa - e, ao que parece, não apenas da norte-americana.

O que Eduardo Cunha quer? Que governo e establishment político, com a ajuda de aliados no STF, articulem decisão favorável no STJ, considerado um tribunal mais flexível e menos exposto do que o Supremo.

Planalto corre para adiantar votações e articulações porque sabe que, após a suspensão do sigilo das delações da Odebrecht, tudo vai ficar muito mais difícil.

O gran finale de Janot na função deve incluir uma saraivada de denúncias, e não só contra Temer, que será alvo de mais de uma. O procurador deve apresentar também nos próximos dias a denúncia contra o chamado quadrilhão, que pega os principais nomes de PMDB, PT e PP.

Consultoria Anima fechou o quadro mais recente de votos a favor e contra Michel Temer. Confira.

É claro que ninguém deseja ver essa crise institucional com final imprevisível. Se o Senado descumpre e desautoriza uma decisão judicial da mais alta corte do país, o que acontece? É uma situação gravíssima.

Tem festa hoje numa cela lá de Curitiba