ANDREI MEIRELES

Com a queda de seus homens de confiança, Temer cacifa Romero Jucá ampliando seus poderes, em uma arriscada opção que pode ter vida curta.

A equipe econômica faz o dever de casa e, entre altos e baixos, vai mostrando alguma luz no fim do túnel. O problema é se o tsunami da Lava Jato atropelar a economia.

Tem sempre teto na política. O que se disse antes sobre Lula no Mensalão e Temer na Lava Jato fica menor na hora do vamos ver. Até para o príncipe Marcelo Odebrecht.

Em reunião promovida pelo banco Santander, grandes investidores espanhóis avaliam ser grande o risco de pôr dinheiro no país por causa das incertezas políticas. Só as empresas americanas investem mais que eles no Brasil.

Renan tenta escapar da Lava Jato em Brasília e se prepara para enfrentar eleições difíceis em Alagoas. O receio de sua turma é de que, sem mandato parlamentar, ele seja investigado em Curitiba.

Quem paga e repassa carimba a entrega do dinheiro e cobra a conta. Registros e contabilidade da Odebrecht e de Eduardo Cunha assombram o Palácio do Planalto.

Quem tenta barrar a Lava Jato atira para todos os lados, banca possíveis aliados em cargos com poder de ajudá-los, pode ficar na mão. Não consegue entender que a corrupção, como o rei da fábula, está nua.

Com a queda de Geddel e os problemas de saúde de Padilha, Moreira Franco passou a dar as cartas no Planalto. Está com o dedo no gatilho, mas também virou alvo.

Mais que o talento político, Sarney impressiona Lula e outras lideranças políticas pela capacidade de se relacionar com juízes. Tornou-se um oráculo na escolha de ministros de tribunais superiores.