ANDREI MEIRELES

Quem tem cacife eleitoral no PT, e não foi barrado pela Lava Jato, tenta, sem sucesso, destravar o debate sobre Plano B ou C na corrida ao Planalto. São chamados de traidores por devotos de Lula mais exaltados.

Acuados por investigações como a Lava Jato, em meio a uma imprevisível eleição presidencial, os caciques políticos apostam que continuarão com seus nacos na máquina pública.

Em campanha, cada vez mais esvaziada, contra a prisão de Lula, militantes petistas e aliados deixaram passar em branco o aniversário de dois anos do despejo de Dilma do Planalto. Dois anos depois, a data do despejo de Dilma do Palácio do Planalto passou praticamente em branco.

Na batida teoria da conspiração dos caciques pegos em corrupção, ele desqualifica o memorando da CIA e atribui sua divulgação ao momento em que "um capitão está para chegar lá".

Segundo a CIA, Geisel concedeu a Figueiredo o poder de senhor da vida e da morte de quem seria sumariamente executado nos porões da ditadura, Os mandantes e os autores do fracassado atentado no Rio saíram desses porões.

Com as grandes máquinas partidárias corroídas pela corrupção, crescem as chances de vitória de presidenciáveis de partidos menores.

Como pesquisas qualitativas orientam o jogo de caciques regionais frente às novas expectativas na sucessão presidencial.

A decisão tornou o foro menos privilegiado. Acabar de vez com essa jabuticaba e manter a jurisprudência de que a pena possa ser cumprida a partir da condenação em segunda instância podem abalar os pilares da impunidade.

Desde que seus líderes foram flagrados em malfeitos, o PT se apegou a ilusões, a ponto de não enxergar quando o sonho virou pesadelo. A nova denúncia de Raquel Dodge mostra que ainda não se chegou ao fim do poço.