Trata-se deu uma cassação anunciada, e nem o TSE, nem o PT, nem a torcida do Flamengo esperam um script diferente para a candidatura Lula. Só que as coisas estão ficando mais difíceis para os caçadores – ou cassadores, se existir e se preferirem. Por mais decididos que estejam – e parece que estão- para riscar do mapa a candidatura Lula, o ministro Luis Roberto Barroso e seus colegas defrontam-se hoje com um cenário mais difícil do que esperavam.
Por quê? Sobretudo porque, em vez de dar o tiro final numa candidatura moribunda, como esperavam, sua decisão vai tirar do páreo um candidato que cresce na cadeia, quase a ponto de vencer a eleição primeiro turno. A última rodada de pesquisas traz um Lula surpreendentemente fortalecido, em contraste com adversários quase imobilizados no quadro. Há todo um clima, reforçado pela movimentação em torno da batalha juridica e de fatos criados como a recomendação do comitê da ONU a favor da candidatura Lula.
Não vai ser um passeio para o TSE. Nem, como alguns esperavam, um momento para se jogar para a platéia. É por isso que, segundo advogados que com eles convivem, os ministros já decidiram ser absolutamente ortodoxos nos ritos a serem cumpridos, respeitando cada minuto de cada prazo, sem aparentar pressa ou interesse em acabar logo com o assunto – que pode não ser resolvido antes do dia 31, início da propaganda eleitoral na TV.