Quem conhece a ministra Rosa Weber, sua aversão aos holofotes e apego à letra fria da lei acima de tudo, sabe que ela não vai jogar para a platéia no caso do registro da candidatura Lula. Esta é, aliás, a única certeza hoje nos arredores do TSE, cuja presidência ela assume daqui a pouco, num estilo bem diferente de seu antecessor, Luiz Fux.
A tradução política dessa mudança vem sendo assim interpretada por esses observadores: Rosa Weber não vai descumprir a Lei da Ficha Limpa, que sempre seguiu e elogiou em seus votos. Mas também não vai cair na conversa de colegas que, em nome da tal “segurança jurídica” defendem que os prazos sejam sumários ou até que Lula tenha sua candidatura suspensa por medida liminar assim que tentar registrá-la.
Rosa é do tipo que cumpre os prazos de defesa e não cede a pressões. Com base nisso, muita gente aposta que dificilmente haverá uma decisão definitiva sobre a candidatura Lula antes do dia 31 de agosto, quando começa a propaganda eleitoral na TV. A primeira semana de setembro, antes do feriado do dia 7, está sendo apontada como prazo mais provável para definição final.