A decisão do ministro Teori Zavascki de mandar uma das investigações contra o ex-ministro de Comunicação Edinho Silva para a primeira instância da Justiça Federal pode ter aberto uma porteira. Em sua decisão, Teori afirma que, por ter saído do ministério, mesmo ainda sendo temporário o afastamento da presidente Dilma Rousseff, Edinho perdeu o foro privilegiado.
Assim, cai por terra a expectativa de alguns ex-ministros de que seus casos continuariam no Supremo Tribunal Federal enquanto estivessem de quarentena e Dilma não tenha sido julgada pelo Senado. Se Teori mantiver os mesmos critérios em futuras decisões, outros ex-ministros de Dilma, como Ricardo Berzoini, José Eduardo Cardoso, Aloizio Mercadante e até o próprio ex-presidente Lula devem ser investigados pela força tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, jurisdição do juiz Sérgio Moro.
Essa investigação de Edinho, decidida por Teori, vai para a Justiça Federal em Brasília. Ela não tem ligação direta com o escândalo da Petrobras. A denúncia, baseada na delação premiada do ex-senador Delcidio Amaral, é de que, na campanha de 2014, de maneira ilegal Edinho Silva teria determinado a transferência de R$ 1 milhão para a campanha do PT em Mato Grosso do Sul. A operação teria sido feita por intermédio de um laboratório farmacêutico. Edinho sempre nega irregularidades em sua atuação como caixa de campanha de Dilma Rousseff em 2014.