As justificativas e promessas de ministros do STF não convenceram. Nas redes sociais, nas ruas, pegou muito mal a aprovação pelo Congresso do reajuste salarial para os ministros do Supremo e seu bilionário efeito cascata na União e nos Estados. Essa reação indignada põe Michel Temer na berlinda.
Um abaixo-assinado online com mais de 2,5 milhões de assinaturas cobra de Temer o veto ao reajuste. Em entrevistas, Jair Bolsonaro e o general Hamilton Mourão também defendem o veto para não aumentar ainda mais o buraco nas contas públicas. Apesar disso o que se diz no entorno de Temer é que ele vai mesmo sancionar o projeto. Aguarda apenas que o Supremo antes acabe com a farra do auxílio-moradia.
Aliás, esse era o script que Dias Toffoli combinou com o senador Eunício Oliveira e com o próprio Temer. Só que nessa segunda-feira (12), o relator Luiz Fux inverteu a ordem das coisas. “Os juízes não receberão cumulativamente recomposição e auxílio-moradia. Tão logo implementada a recomposição, o auxílio cairá”, afirmou em entrevista à TV Globo.
Será que Luiz Fux desconfia que, para fazer uma média com a opinião público e o futuro governo, Temer não cumpra sua parte no acordo com o STF?
Ou será que o Supremo, depois de assegurado o reajuste salarial de 16,5%, vai endossar a proposta dos juízes de compensar o fim do auxílio-moradia com a volta do adicional por tempo de serviço — 5 % a cada quinquênio –, outro penduricalho para aumentar os vencimentos acima do teto salarial?
Em qualquer dos casos, se Luiz Fux não recuar, o STF também põe Temer na berlinda.
A conferir.