É grande a preocupação entre importantes procuradores da República com o que pode aparecer em relação a Marcello Miller. Sua reputação e competência profissional sempre foram consideradas impecáveis.
Miller teve atuação destacada, por exemplo, na Operação Lava Jato. Em março, ele surpreendeu os colegas ao sair do Ministério Público para ir trabalhar em um escritório de advocacia.
Mais do que o fato do tal escritório participar dos termos do acordo de leniência com o grupo JBS, o que causa apreensão foi o papel que Miller até então exercia nas investigações sobre o BNDES, inclusive de empresas dos donos da Friboi.
Pela ótica dos investigadores de Brasília, a apuração pelos colegas no Rio de Janeiro seguia lenta. Em algum momento, Marcelo Miller virou a esperança de acelerá-la.
Foram encaminhadas para ele várias investigações sobre negócios suspeitos do BNDES, algumas até hoje em sigilo.
O receio é de que um curto-circuito em algum fio desencapado possa atingi-lo. Um deles é o procurador da República Ângelo Goulart Villela. Hoje, ele é inquilino de uma cela na Penitenciária da Papuda, preso sob a acusação de receber mesada para repassar informações sigilosas para a JBS.
Ângelo tem mandado recados. Ele não seria o único do time da JBS. Teria colegas a entregar em uma delação premiada.
Pode ser blefe.
Mesmo assim seria mais uma carta nas mãos de quem quer colocar Rodrigo Janot na berlinda para tentar anular a investigação contra Michel Temer.
A conferir.