PMDB quer usar armas da Justiça para melar a Lava Jato

Senadores Renan e Jucá

No momento que a condução em Brasília da Lava Jato entrou no modo incógnita, craques do PMDB na política resolveram trocar o embate raivoso por um jogo mais sofisticado.

No discurso que encaixou em meio a eleição da nova direção do Senado, Renan Calheiros ficou no meio termo. Repetiu as queixas de sempre, mas introduziu a nova estratégia.

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Defendeu a quebra do sigilo das delações da Odebrecht. “Que se abra, se quebre o sigilo, para que a população não seja manipulada”. Renan enfatizou que os vazamentos deixam os investigados à mercê dos interesses das fontes de cada delação divulgada.

Encerrada a votação, confirmados os resultados previstos, Romero Jucá procurou os jornalistas, em um canto do plenário, para explicitar o novo recado. Nesses tempos de cobrança de transparência, que tal uma transparência total?

Jucá anunciou que vai apresentar nessa quinta-feira (2) um projeto que acaba com o sigilo de todas as investigações em que suspeitos sejam agentes públicos, inclusive nas ações por improbidade administrativa.

O que isso significa? Um holofote na internet para cada cidadão acompanhar a fiscalização sobre quem exerce funções públicas? Pura ilusão. O resultado prático é de que advogados vão poder acompanhar on line as investigações sobre seus clientes, cada pista será sabida antes de ser apurada, parece um jogo desigual entre investigadores e investigados.

O crime organizado e a grande corrupção dependem de sigilo e planejamento para serem bem sucedidos. Agem assim com certa liberdade antes de serem descobertos. Quem combate esses crimes precisa das mesmas armas. É assim nas democracias no mundo inteiro.

Aqui, os grandes alvos querem mudar as regras. É o caso dos caciques do PMDB na mira da Lava Jato. A tese da transparência total talvez seja a última jabuticaba deles.

A conferir.

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