Nem o socorro dos olavistas tira Weintraub da berlinda

Com a cabeça a prêmio por uma série de trapalhadas, Weintraub vai ao Senado dizer que é vítima de grandes interesses econômicos na Educação

Abraham Weintraub - Foto Orlando Brito

Silvio Grimaldo é quem amplia a voz de Olavo de Carvalho em múltiplas frentes. Assim foi escalado para dar as cartas no Ministério da Educação, entrou lá pelas mãos do colombiano Ricardo Vélez Rodriguéz, bateu de frente com os militares, e caiu antes mesmo do resto da turma. Foi dele o primeiro tiro: “O expurgo de alunos de Olavo de Carvalho do MEC é a maior traição dentro do governo Bolsonaro que se viu até agora”.

Com o apoio do guru Olavo de Carvalho e do clã Bolsonaro, Grimaldo e sua turma fizeram barulho  e conseguiram  emplacar como ministro da Educação Abraham Weintraub — um obscuro professor universitário que, apesar de uma sequência de trapalhadas e pressões de todos os lados, mantém-se até agora no cargo. Bolsonaro se mostra sensível à pressão do parlamento, puxada por Rodrigo Maia, mas ao mesmo tempo alivia a fritura para agradar a turma de casa.

Silvio Grimaldo – Reeprodução do Facebook
Olavo de Carvalho

Apesar de manifestações algo blasé, sempre deixando uma indiferença no ar, os olavistas apostam todas suas fichas em Weintraub, incorporando seus  nichos de direita e tentando atrair aliados, como o lobby evangélico, também interessado no cargo.

Silvio Grimaldo é  quem organiza também as publicações e cursos de Olavo de Carvalho. Um dos motivos da guerra que, desde o início do governo, travam militares e Olavetes é a desconfiança sobre a gestão de dinheiro público. O receio de militares e de seus aliados no MEC é de que a turma de Olavo de Carvalho, com o  aval do clã Bolsonaro, buscava brechas no bilionário Orçamento da Educação para sustentar sua proclamada Guerra Cultural.

Grimaldo saiu do governo, mas seu pessoal continua no ministério travando a mesma guerra pela grana. A trincheira de Grimaldo agora é no site Brasil sem Medo, o jornal digital dos olavistas, em campanha aberta para manter o parceiro Abraham Weintraub no comando do MEC. Desde sábado vem sendo reproduzida nas redes sociais uma longa entrevista em que Weintraub é apresentado como “o ministro da guerra”, que resiste aos ataques das “hienas esquerdistas, tubarões globalistas e capivaras da velha política”.

A tentativa da turma de Olavo de Carvalho para reverter o fiasco da gestão de Weintraub, cuja demissão é tida como certa no Congresso e em setores do governo, é alegar que ele está defendendo os cofres públicos do cerco de grandes empresários no ramo da Educação. É com esse discurso que Weintraub deve comparecer na manhã dessa terça-feira (11) à reunião da Comissão de Ética do Senado para esclarecer, entre outras coisas, os erros cometidos por seu ministério durante a correção do último Enem.

Apesar do forte lobby olavista, qualquer tropeço pode abreviar sua queda.

A conferir.

 

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