Lava Jato aperta o cerco contra Renan

Renan Calheiros, presidente do Senado

O senador Renan Calheiros sempre foi um craque em driblar situações embaraçosas. Essa competência é reconhecida por aliados e adversários. Todo esse repertório está sendo usado na Operação Lava Jato. Até aqui, em pleno campo minado, Renan vem se saindo bem. A partir de agora, entrará em um jogo sem conhecer todas as cartas.

A nova partida deve começar na quarta-feira 14 de junho. Renan está convocado para, naquele dia, explicar à Polícia Federal suas relações com o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado por vários delatores como seu operador em cobranças de propina de empresas que fizeram negócios com a Petrobras. “O Aníbal começou a operar em nome do Renan na Petrobras entre 2004 e 2005. Foram muitos negócios”, disse a Os Divergentes o ex-senador Delcídio Amaral, que conhece bem os esquemas de arrecadação de propina pelos políticos nos contratos das mais variadas empresas com a Petrobras.

Renan não queria depor. Pediu para responder às perguntas por escrito. O Ministério Público discordou. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, acatou os argumentos da Procuradoria-Geral da República  e determinou que Renan responda pessoalmente ao interrogatório da Polícia Federal. O dilema no entorno de Renan é que, mesmo tendo sido ministro da Justiça, sempre bem informado sobre bastidores da Polícia Federal, ele entrou agora em uma zona cinzenta.

Os depoimentos do ex-senador Sérgio Machado, de seu filho, Expedito Machado Neto, documentos por eles entregues, além de gravações ainda inéditas, tornam o cenário ainda mais incerto. Na ótica dos investigadores, o mais relevante nem são os valores. Em um dos depoimentos, Sérgio Machado confessou ter repassado R$ 30 milhões ao padrinho Renan Calheiros. Aliás, quem é do ramo, diz que isso é praticamente um troco.

O mais importante para quem está cruzando dados e informações na investigação sobre Renan é que praticamente todos os caminhos, operadores, eventuais laranjas, que levam ao presidente do Senado estariam desvendados.

Pelo que se ouve entre os investigadores, pela munição que já dispõem, essa espécie de jogo de gato e rato tem um final previsível. E não é bom para Renan.

 

 

 

 

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