Caciques do PMDB querem a cabeça do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Alguns gostariam de sua demissão imediata. Outros tramam até sua substituição pelo senador Renan Calheiros, em fevereiro do ano que vem. Parece surreal, até mesmo para os padrões de realismo mágico da política brasileira.
Em meio à guerra de bastidores, Renan e o ministro da Justiça trombaram nessa sexta-feira ( 21). Depois da prisão do diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, e de outros três seguranças legislativos por sabotagem à investigação de senadores pela Operação Lava Jato, Renan divulgou nota em defesa de seus subordinados. Afirmou que a atuação deles foi legal.
Na nota, Renan também dá uma estocada na Polícia Federal e no Ministério Público. “As instituições, assim como o Senado Federal, devem guardar os limites de suas atribuições legais”. O troco não demorou. Em entrevista, Alexandre de Moraes afirmou que a Polícia do Senado “extrapolou”. Acrescentou que, pelo inquérito estar sob segredo de Justiça, não daria detalhes, mas que, sob comando de Pedro Carvalho, foi além da destruição de escutas telefônicas.