Depois das convenções municipais país afora no domingo (7), há uma brecha de nove dias em que, além de providências burocráticas, nada pode ser feito nas campanhas eleitorais. Alguns líderes estão propondo ao governo Temer e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que aproveitem esse período para uma convocação maciça de deputados para deliberarem sobre três projetos e a cassação do mandato de Eduardo Cunha.
“Estamos trabalhando para votar na semana que vem, além da cassação de Cunha, a renegociação das dívidas dos Estados, os novos critérios para os fundos de pensão e o fim da obrigação da Petrobras explorar os campos do pré-sal”, diz o líder do PPS, deputado Rubens Bueno.
O governo está interessado na aprovação dos projetos. Sua base parlamentar está dividida, por receio, parceria ou cumplicidade, alguns líderes identificados com o Centrão ainda estão dispostos a atender ao apelo, acompanhado de ameaças, de Eduardo Cunha para adiar ao máximo a votação sobre seu mandato. Cunha ainda acha que vai ganhar tempo.
Mas a expectativa entre os líderes da antiga oposição — PSDB, DEM, PPS e PSB – e o desejo da nova oposição, comandada pelo PT, é de que Eduardo Cunha seja julgado semana que vem. Para isso, Rodrigo Maia tem duas datas para a leitura da decisão contra Cunha da Comissão de Constituição e Justiça — nesta quarta-feira (3) ou na próxima terça-feira. Duas sessões depois da leitura, a Câmara vota o parecer pela cassação aprovado no Conselho de Ética.