Alguns tropeços nesse começo de governo Michel Temer estão gerando falsas expectativas no entorno da presidente afastada Dilma Rousseff. Uma delas é de que é possível reverter alguns votos dados pela admissibilidade do processo no julgamento final do impeachment. Na realidade, o que vem ocorrendo é o contrário. Quem acompanha a contabilidade dia a dia — e tem acertado nas previsões –assegura que há hoje mais votos pelo impedimento de Dilma. Só para citar dois que não participaram da primeira votação: os senadores Jader Barbalho, pai do ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, e Pedro Chaves (PSC-MS), suplente que assumiu o mandato com a cassação de Delcídio Amaral.
Outra ilusão é de que, com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, no comando do processo no Senado, daria para protelar a decisão. Assim, seria possível esticar prazos na expectativa de uma eventual frustração com o governo Michel Temer. Bobagem. Lewandowski tem dito e repetido a interlocutores exatamente o oposto. Nem ele e nem o conjunto de ministros do STF estão dispostos a atrasar o julgamento. Pelo contrário, vão respeitar o direito de defesa, mas não estão dispostos a serem usados para atrasar o julgamento. Depois de acumular tantas derrotas, a ficha deveria ter caído para o entorno de Dilma. Ou, então, estão fingindo falsas esperanças.