Anistia é pouco para Russomano. Ele defende fim de punição para os políticos

O deputado Celso Russomano. Foto Orlando Brito

Como ensina a sabedoria popular, por onde passa um boi, passa uma boiada. Na expectativa de aprovar uma anistia para quem recebeu dinheiro de caixa 2, os políticos já sonham com propostas ainda mais descaradas.

O deputado Celso Russomano, conhecido cavalo paraguaio nos páreos para a prefeitura de São Paulo, acha pouco a anistia. Com a cara mais limpa, ele defendeu, na Comissão Especial sobre medidas propostas pelo Ministério Público contra a corrupção, que a punição sobre caixa 2 se limite ao administrador financeiro das campanhas eleitorais. E justifica:

— O candidato não sabe e não consegue acompanhar nem as doações, quanto mais de que forma está sendo gerido o dinheiro da campanha.

Essa tese de “eu não sabia” não cola mais. Cada candidato tem de ser responsável por sua campanha. Se não consegue sequer controlar se ela está sendo bancada por dinheiro sujo, com certeza não preenche os requisitos mínimos para exercer um mandato público.

Na prática, Russomano propõe impunidade irrestrita para os políticos que se lambuzaram, se lambuzam ou vão se lambuzar daqui para a frente. Parece piada, mas é muito sério.

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