A ex-senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) vai concorrer a um novo mandato a Câmara Alta nas próximas eleições, em 2022. Ela revelou a decisão a amigos, em Brasília, dizendo que, em sua conta, nas redes sociais. todos os dias recebe apelos de conterrâneos gaúchos pedindo-lhe para voltar ao parlamento. Com isto, anima-se a oferecer seu nome uma vez mais a seu eleitorado, disse a esses interlocutores.
Atualmente, Ana Amélia é secretária de Estado do governador Eduardo Leite (PSDB), dirigindo o escritório da representação do Rio Grande do Sul na capital federal. É um cargo importantíssimo que demanda ativa participação em negociações de todo o tipo, devido à precária situação fiscal do Rio Grande. Na capital, ela é tratada como senadora emérita, ainda como reflexo de sua intensa atuação no mandato anterior. Já o Estado está emergindo de sua penúria financeira, prestes a botar os salários do funcionamento em dia.
Se for candidata, ela enfrentará uma campanha disputadíssima, para uma única vaga, pois terá pela frente, no seu campo de centro direita conservadora, candidatos fortíssimos nas legendas concorrentes. O mais difícil de vencer seria o ex-governador José Ivo Sartori, do MDB, que teria como parceiro na cabeça de chapa o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), um nome emergente no cenário nacional, presidente da Frente Ruralista, com forte penetração no segmento de agronegócio, podendo desviar para o caxiense votos da área de maior influência da ex-senadora. Nesta configuração, o PP teria como candidato a governador o atual senador Luís Carlos Heinz, em dobradinha com sua antecessora na cadeira do Esplanada dos Ministérios.
Além detses, Ana Amélia deve bater chapa com seu antigo colega na rede de televisão RBS (retransmissora da Rede Globo no Estado), Lasier Martins (Podemos-RS), virtual candidato à reeleição, que estará concluindo seu primeiro mandato. (Lasier venceu em 2014, derrotando os ex-governadores Olívio Dutra, do PT, e o lendário Pedro Simon, do MDB).
Ainda no segmento, aparece forte um jovem político, o deputado federal Marcel van Hatten (Novo-RS), fenômeno eleitoral nas eleições de 2018 (o mais votado no Estado). Mais uma dificuldade seria se o atual governador do Estado, Eduardo Leite, se apresentar para uma vaga no Senado, se não concorrer à reeleição para o Palácio Piratini.
Na oposição, Ana Amélia poderá enfrentar um dos dois ex-governadores petistas atualmente sem mandato, o próprio Olívio Dutra ou seu sucessor em dois governos, na prefeitura da Capital e no governo do Estado, o ex-governador (e ministro de Lula), Tarso Genro. Estes dois são nomes fortes capazes de concentrar os votos das oposições, não obstante, nas eleições para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, os partidos de esquerda devam se dividir, cada qual lutando por suas bancadas legislativas.
Na majoritária, no entanto, podem se concentrar para derrotar os candidatos conservadores, que entrarão divididos entre nomes muito expressivos e testados nas urnas. Com a volta de Ana Amélia, a disputa pelo Senado tende a se converter num entrevero de gigantes, no pleito mais empolgante do Rio Grande do Sul.