Quando o Congresso e o Judiciário entram em férias, o Executivo aproveita para também pisar no freio. Aí, nascem as famosas flores do recesso, um assunto qualquer que domina o noticiário. Dessa vez, foi a crise de segurança nas Olimpíadas, com ministros batendo cabeça, dando a impressão de que o terrorismo estava mais perto do que se imaginava. A bola baixou, a tensão diminuiu, e ficou a impressão, como definiu a Helena Chagas, que parte dessa fogueira havia sido alimentada pelo vedetismo, um combustível que arde em todos os governos.
No nosso papo semanal, as Olímpiadas foram a convergência. Todos nós apostamos que ela será um sucesso. E a política? Quase todo o chamado mundo político tenta se esquivar dos raios da Operação Lava Jato, multiplicados agora pela mega delação da Odebrecht. Enquanto isso, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha aproveita os últimos dias na mansão oficial na Península e trabalha para evitar quórum e adiar a cassação de seu mandato.
A presidente afastada Dilma Rousseff também conta dias para o seu impeachment. E depois? Ou Michel Temer se segura no leme ou pode surgir no horizonte um movimento por novas eleições. A dificuldade maior é que elas teriam de ser convocadas por esse Congresso Nacional ou pela cassação de Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral. No quadro de hoje, ambas as hipóteses são consideradas improváveis por todos Os Divergentes.
Além da Lava Jato, o que pode impactar a política é a economia. Há números contraditórios, alguns apontam para o agravamento das contas públicas, o que forçaria o governo a propor aumento de impostos, contrariando aliados e a sociedade. Mas há também sinais de melhoria em setores importantes como a construção civil e a agropecuária. Na política e na economia, vocês podem ver que continuamos divergentes.