Delcídio entregou raposas em Brasília e foi enfrentar onças no Pantanal

Delcídio Amaral, ex-lider do governo Dilma no Senado. Foto Orlando Brito

Delcídio do Amaral virou fazendeiro. Passou duas semanas de olho no gado e em outras culturas nas terras que passam de geração em geração em sua família desde seu bisavô. Foi ajudar sua mãe a cuidar delas. Elas fazem parte do Pantanal, em que convivem belezas da natureza e vida selvagem, as onças, por exemplo, são uma ameaça constante às vacas e bois. Também é um lugar que quase não pega sinal de celular.

Com essa explicação, Delcídio disse ter levado um susto quando retornou a Campo Grande e encontrou mulher e filhas preocupadas com a notícia de que um procurador da República o estava denunciando por não respeitar a Justiça e mudar de endereço sem prévia autorização judicial.

Delcídio afirma que o procurador Aldo de Campos Costa tem e não tem razão. Diz que ele se baseou em seu alvará de soltura com a determinação de que ficaria em prisão domiciliar na casa de Vandebergue dos Santos, uma figura simpática e bem conhecida em Brasília.

Desde o reinado de Ricardo Teixeira, Vandebergue é avaliado como craque no lobby em favor da CBF, com amplo e livre trânsito em todos os poderes. Mas também é avaliado como assessor competente de políticos como Marco Maciel e Renan Calheiros.

Ao sair da cadeia, hospedar-se na bela casa de Vandebergue no Lago Sul, área nobre de Brasília, Delcídio ficou desconfiado de que ali estava sendo monitorado pelo senador Renan Calheiros. O que Renan e seu anfitrião não sabiam é que ele havia acertado um acordo de delação premiada com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O que Delcídio contou aos procuradores foi um roteiro explosivo que ainda tem muita munição a detonar.

Por esse acordo, ele conseguiu algumas compensações, como morar onde for trabalhar, justamente o seu caso em Mato Grosso do Sul. E também estará livre de crimes confessos como o de obstrução de Justiça em que foi denunciado junto com o ex-presidente Lula, o banqueiro André Esteves, e o empresário José Carlos Bumlai. Enfim, Delcídio afirma que tem aval do Supremo Tribunal Federal para tocar sua nova vida. E se diz feliz com ela.

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