Apesar de fazer ironia com aqueles que dizem, pelas redes sociais, que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, não fez intervenção na Petrobras para evitar reajuste do óleo diesel, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa sugeriu a equipe econômica uma saída para o caso.
“O reajuste de combustíveis é tema delicado em vários países, não só aqui. No Chile o governo criou um mecanismo de suavização de preços, com recursos públicos, para limitar o aumento máximo mensal. Mesmo assim deu problema diante de altas sucessivas”, disse na sua conta do twitter.
Nelson Barbosa, como que identificado com a difícil situação do ministro da Economia, Paulo Guedes, defende a criação de um ”mecanismo de suavização de preços, inicialmente com fundo público financiado com pela própria tributação sobre combustíveis”.
Junto com a medida, Barbosa sugere um sistema de contratos de médio prazo ou de seguros via cooperativas, como é feito nos Estados Unidos, como solução para evitar intervenção do governo nos preços do diesel.
O que fica explícito com esse processo é que os preços estariam livres e mudando de acordo como a variação do petróleo e do câmbio. Os aumentos continuariam sendo aplicados, mas quando fossem acima de um determinado patamar poderiam ser cobertos com os recursos do fundo, que funcionam como uma espécie de câmara de ajuste e compensação.
Com a medida, ou qualquer outra solução, Paulo Guedes, terá pela frente uma grande batalha para manter de pé seu discurso de livre mercado. Os preços do diesel, entre os combustíveis, têm um grande impacto sobre os custos de produção do setor agrícola, transportes rodoviário e ferroviário, navegação, muitas indústrias e termoelétricas. O certo é que não ficará impunemente a escolha entre uma decisão que reajusta os preços do diesel ou de intervenção na autonomia de formação de preços da Petrobras.