Agora está explicado por que o Queiroz ficou escondido por mais de vinte dias, deixando a família Bolsonaro exposta ao constrangimento do Coafgate: suas explicações parecem piores do que o silêncio. Até porque não explicam o principal, que é a razão pela qual os ex-funcionários do gabinete de Flávio Bolsonaro faziam depósitos em sua conta. Essas explicações Queiroz disse que prefere deixar para o Ministério Público — que já o convocou pelo menos duas vezes para depoimento e levou bolo.
A narrativa do ex-funcionário dos Bolsonaro não está convencendo nem mesmo gente de casa, ligada ao novo governo, porque não pára de pé. É até possível, sim, que Queiroz compre e revenda carros usados. Mas vai ter que suar para explicar como movimentou R$ 1,2 milhão em um ano com esse comércio. Caberá a seus investigadores do MP cobrar provas dessas operações.
O pior de sua performance na entrevista ao SBT (não entendi por que não foi para a Record..), porém, foi o conjunto da obra. O que ficou foi a imagem de um sujeito que, com um sorriso nervoso, se definiu como “um cara de negócios”, mencionou doenças que foram da bursite ao câncer para justificar a ausência nos depoimentos e não disse sequer o nome do hospital onde supostamente se internou.
Fabrício Queiroz entra na política brasileira como um personagem que seria da confiança do presidente da República que toma posse daqui a cinco dias, a ponto de receber dele um empréstimo de R$ 40 mil. Não há como não pensar no velho ditado: diz-me com quem andas…