Fernando Haddad saiu agora da conversa com Lula em Curitiba e pautou o tema que pretende colocar no centro do debate no segundo turno: o modelo econômico. Ficou claro que sua prioridade será se contrapor à agenda neoliberal de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes com o discurso da inclusão, da distribuição da renda e do risco da perda de direitos num governo do adversário.
Não se sabem ainda detalhes da conversa de Haddad com Lula, mas o candidato do PT saiu falando em formação de uma frente democrática e acenando a ex-adversários do primeiro turno, notadamente Ciro Gomes e Guilherme Boulos. Haddad lembrou que tem uma longa amizade por Ciro, com quem já falou por telefone na noite do próprio domingo. Disse que vai procurá-lo institucionalmente para conversar, e que está disposto a alterar seu programa de governo para incorporar proposta do pedetista, assim como as de Guilherme Boulos.
Haddad citou também Henrique Meirelles, a quem disse respeitar, e falou também em Geraldo Alckmin e Marina Silva, embora em tom menos caloroso. Uma de suas primeiras providências será procurar os governadores e a direção do PSB.
É o script previsto, e restam agora duas questões sobre essa estratégia:
1) Até que ponto o debate econômico vai incluir acenos ao centro ou ao mercado, tipo reforma da Previdência?
2) Qual será o tamanho da frente democrática que o petista conseguirá montar? Ele certamente dependerá da flexibilidade do PT para abrir mão de algumas posições e caminhar para o centro.