A incerteza é tanta na eleição presidencial que os partidos estão deixando suas convenções nacionais para os 45 minutos do segundo tempo. O PSB, a noiva mais disputada da temporada, marcou a sua para o último dia do prazo, 5 de agosto. Na véspera, PT, MDB, PSDB e Rede realizam as suas. Dos maiores partidos, o único que parece não ter dúvidas é o PDT, que marcou sua convenção para semana que vem, no dia 20, e pode sair na frente com um candidato oficializado.
O que os partidos esperam até lá? Pesquisas. Aguardam ansiosamente sinais de mudança – ou de permanência – no quadro para não correr o risco de entrar numa canoa errada. Nos partidos do chamado Centrão, por exemplo, a dúvida é se Ciro Gomes será, realmente, um cavalo melhor do que Geraldo Alckmin para apostar.
Mas vai ser difícil que os partidos tenham alguma indicação mais clara do que as que têm hoje nas próximas três semanas. O quadro que tem como figura principal um líder nas pesquisas preso está congelado e só deve sofrer alguma mudança com a definição do destino da candidatura Lula, nos idos da segunda quinzena de agosto, quando ele deve ter seu registro negado pelo TSE. São remotas as chances de o STF, por exemplo, tomar antes alguma decisão sobre sua inelegibilidade.
Somente aí, em agosto, saberemos se o PT terá seu candidato poste – que, segundo a opinião geral, tem possibilidade de chegar ao segundo turno – ou se apoiará alguém tipo Ciro Gomes, o que é improvável mas não totalmente impossível. Quase ao mesmo tempo, em 31 de agosto, começa a propaganda eleitoral na TV, última esperança dos que, como Alckmin, acham que ainda vão crescer. A conferir.
O fato é que, até lá, continuam todos os partidos na condição de cego em tiroteio.