Jornais, políticos e repórteres debatem o “Fake News”, como se fosse possível controlar uma informação mentirosa postada no Bornéu ou em Sumatra. Mas quem olha o tema, com mais atenção, vai concluir que estão tentando criar uma fórmula para limitar a liberdade de informação e de crítica. Quem tiver poder ou simpatizantes no judiciário e no Ministério Público vai nadar de braçada.
Enquanto isso, ninguém faz nada contra a crescente INTERVENÇÃO do Ministério Público na vida política do país. O MP faz denúncias etc. Muitas delas são rejeitadas e alguns de seus adornos (pedidos de prisão) também. Mesmo assim, relatórios apresentados por procuradores ‘juniores’, e rejeitados pelos seus superiores, vão parar na imprensa.
Todos os candidatos vão ser alvo de ‘vazamentos’ dos ‘patriotas’ procuradores. A quebra do sigilo bancário de alguém, como o presidente da República, que não pode ser processado, só pode servir a este propósito. É preciso ter dados para disseminar insinuações e informações incompletas. Acho que até o governador Geraldo Alckmin, que tem sido poupado pelo ‘combativo’ MP de São Paulo, vai entrar na dança.
O MP não terá candidato, mas empunhando a bandeira da Justiça, pode se transformar num instrumento de injustiça e numa instituição a serviço de candidaturas e objetivos nebulosos. Não ocorre a ninguém nem ao STF e muito menos ao TSE refletir sobre isso. Quando uma empresa comete uma irregularidade, vários de seus diretores são presos ou convocados a prestar esclarecimentos. Com os políticos nem se fala.
Quando vaza uma informação de um inquérito ainda sigiloso nada acontece. O MP não informa nem os repórteres ‘investigativos’ revelam quais procurados são investigados ou foram chamados para prestar esclarecimentos. Estes são protegidos pela corporação e pela mídia. Aos inocentes resta a execração e a morte como ocorreu com o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina. Se não fosse a ‘brava’ Justiça, a PF e o MP, todos responsáveis, alguém estaria sendo acusado por uma destas ‘bravas’ instituições por ter cometido um homicídio doloso ou culposo. O que aconteceu diante da realização e divulgação ilegal de um grampo telefônico feito no aparelho de um presidente da República? Nada. Impunidade!!
Alguém dúvida? O caso do auxílio-moradia está aí para quem quiser ver. Para parlamentares e executivos de governos é uma imoralidade. Mas quando a mamata é desfrutada pelos juízes a bandalheira está valendo. Até mesmo o ‘paladino’ juiz Sérgio Moro acha que tem autoridade moral para defender o indefensável. Se o Judiciário pretendesse tratar o assunto de forma séria, todos os juízes do país, inclusive dos tribunais superiores, onde também se desfruta da benesse, se declararia impedida de julgar. A questão deveria ser remetida para a decisão de um JÚRI POPULAR.
Quando o escândalo do ‘petrolão’ começou, muitos imaginaram que apenas o PT (e Lula) seria colocado no pau de arara. Oh !!! . Mas, dali a pouco foram colocados na dança o PMDB (e o presidente Temer), o PSDB (e o senador Aécio Neves) e empresários dos mais variados coturnos.
Os próximos podem ser os ministros do STF e do STJ. A ilação será mole, e a injúria será crível, até pelos mais ‘brilhantes’ analistas. Os atuais ministros dos Tribunais Superiores foram indicados por políticos que receberam financiamento eleitoral privado. Alguns interesses dos doadores podem ser alvo de julgamentos do Tribunal. Alguém dirá: decidiu assim porque foi indicado por tal político que recebeu dinheiro de tal empresa. Ou será que deveria se considerar impedido o ministro que for julgar algum caso que esteja relacionado ao político que o indicou porque ele recebeu doação de empresa que tenha interesse no processo? Os senhores juízes não se iludam, muito em breve eles também poderão parar nas mãos do ‘cioso’ Ministério Público. Em seguida, poderá vir a fase da autofagia. Estamos assistindo ao início de um processo que nos faz lembrar o Alienista de Machado de Assis. Hoje, todos os procuradores respondem pelo apelido de Doutor Bacamarte. Ao final do processo só restará o ‘verdadeiro’ Doutor Bacamarte. Afinal, vivemos num país em que muitos almejam ser Macunaíma.