Segundo desembargador a votar no julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o desembargador Leandro Paulsen é o revisor do processo. Ele, porém, segue em linha semelhante ao voto do relator, João Pedro Gebram Neto. No início do seu voto, Paulsen comparou o caso de Lula ao do ex-presidente dos Estados Unidos, Ricardo Nixon que, em 1974, renunciou do cargo para não acabar condenado num processo de impeachment.
Richard Nixon renunciou depois que estourou o Caso Watergate, revelado pelo jornal The Washington Post. Segundo a denúncia, Nixon e seu governo teriam esquemas de espionagem e escuta clandestina de seus adversários do Partido Democrata. As escutas estavam instaladas no Edifício Watergate, onde funcionava a sede do Partido Democrata. Sem conseguir rebater e resistir à denúncia, Nixon renunciou. No seu voto, Paulsen lembrou que, pouco tempo antes, o próprio Nixon havia sancionado leis que endureciam o julgamento de casos de corrupção.
Para Paulsen, Lula teria sido vítima de situação semelhante. Seu governo também apoiou atos que endureceram o combate à corrupção: assinou um trato internacional nesse sentido, fortaleceu a Polícia Federal e outros instrumentos, e sancionou a Lei da Ficha Limpa, que pode comprometer agora a sua candidatura em caso de condenação.