O deputado Heráclito Fortes (PSB/PI) soltou sorrateiramente uma bomba incendiária que fumega prestes a explodir. Está prestes a ser admitida a discussão de seu projeto criando restrições à utilização do Fundo Partidário para pagamento de dirigentes dos partidos políticos. Ou seja: os donos de legendas não podem mais ser assalariados com recursos públicos. É o fim.
As chamadas legendas de aluguel, algumas que se apresentam como ideológicas, que pagam a dedicação de seus dirigentes com os recursos do Fundo, terão de cortar esses subsídios. É um tiro na receita de líderes de pequenos partidos.
Proposta inesperada vai conturbar o clima de “rachuncho” que agita a Câmara no toma-lá-dá-cá que se estabeleceu depois que chegou à Casa a decisão do Senado sobre a divisão do dinheiro público para financiar campanhas políticas.
Cortando os proventos dos dirigentes, as pequenas legendas, em sua maioria esmagadora, perdem fôlego. Sem os recursos do Fundo para financiar a manutenção pessoal dos chefes, esses dirigentes serão sufocados.
Segundo o parlamentar piauiense, não há como rejeitar sua proposta, que cai como uma luva no discurso de moralização em que se sustentam os debates neste momento. Entretanto, ninguém esperava que legendas de aluguel pudessem ser atingidas por um dispositivo indiscutível como esse. Mais lenha na fogueira.