O currículo é impecável e a trajetória no Ministério Público inquestionável, mas a vida da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não será de tranquilidade. Da escolha até a véspera da posse, a controvérsia tomou conta do noticiário envolvendo a nova chefe do MPF.
Confira o perfil da nova Procuradora-Geral da República.
Tudo começou com o apoio de caciques do PMDB (a maioria sob investigação da Procuradoria), depois teve a nomeação (mesmo ficando em segundo na lista tríplice), em seguida um encontro fora da agenda com o presidente-investigado e agora a polêmica envolvendo a Lava Jato.
Contrariando uma promessa de campanha, Dodge resolveu mudar, segundo a Época, a equipe do grupo de trabalho da Lava Jato em Brasília. Saem procuradores que bateram de frente com o presidente Temer e seus aliados e entram profissionais de sua confiança com experiência em casos criminais (como mensalão e zelotes).
O problema não está na troca e sim no descumprimento da palavra. Era até natural uma mudança ou o incremento de novos investigadores na Lava Jato, mas todo o contexto acaba gerando uma sensação de desconfiança na sociedade e até dentro do MPF que não beneficia a procuradora.
Por isso, mesmo tendo que assumir as difíceis denúncias contra políticos do PMDB e do PT, além de outros casos no STF, o maior desafio de Dodge a frente da PGR será mesmo provar sua independência e rigidez. Corrigindo os erros de Janot, aprofundando as investigações e assegurando a atuação firme e eficaz do Ministério Público Federal.