Marina Silva é hoje, para muitos, o melhor quadro para as eleições do ano que vem, mas seguidas indisposições dentro da Rede Sustentabilidade vem colocando em cheque a sua liderança. A mais nova é entre lideranças da Rede Sustentabilidade do Rio e membros da Executiva Nacional.
Há acusações de desmandos, intervenção continuada e falta de democracia nas tomadas de decisões. Mais recentemente houve outra briga entre Miro Teixeira (REDE-RJ) e outros deputados do partido, que divergiam sobre o chamado “distritão”.
Diferentes pontos de vistas e filiados dos mais variados posicionamentos ideológicos talvez sejam as maiores qualidades da Rede Sustentabilidade, mas a liderança da sigla não tem conseguido arbitrar. Acusações de autoritarismo por parte de pessoas próximas a Marina têm se tornado cada vez mais frequentes, seja na Rede Sustentabilidade do Rio, em SP e em outros estados.
Outra reclamação é em relação a Fundação Brasil Sustentável, da Rede, que tem como liderança a excelente Heloísa Helena (REDE-AL). Duas integrantes da fundação deixaram o partido alegando que, após quase um ano de sua estreia, ainda não havia acontecido nenhuma reunião com os integrantes nacionais da fundação.
Marina Silva é a presidente que o Brasil precisa neste momento. Além dos bons nomes ao seu lado, como Eduardo Giannetti, Neca Setúbal, Ricardo Paes de Barros, Márlon Reis, Ayres Britto e André Lara Resende, Marina é uma tradicional guerreira na luta contra as desigualdades, contra o preconceito a índios, negros e LGBTs e a favor do meio ambiente e de uma cultura onde prevaleça a educação e a paz. E nada disso é discurso ou pedaço de papel, está na história da acreana, que ainda tem como trunfo estar limpa na Lava Jato.
Mas só visão estratégica, boas propostas e bons conselheiros não são suficientes. Marina precisa mostrar que pode liderar entre os diferentes, precisa mostrar que sabe arbitrar quando há contendas e precisa estabelecer princípios aos que se dizem seus interlocutores. Afinal, como presidente da República, teria centenas de ministérios, secretarias, órgãos governamentais e empresas sob sua liderança.
A Rede é, para muitos, o último fôlego de esperança – e aqui Marina é a que pode e tem o dever, como porta-voz (presidente), de tratar do que não está correto. Cuidando da sigla, a ex-ministra mostraria que pode zelar pelo Brasil, hoje tão abatido por tantos problemas.