Depois que Aécio Neves retomou o mandato de senador e voltou a se comportar como presidente de fato do PSDB, José Serra, outro tucano abatido pelas investigações, andou se animando.
Depois de uma saída apressada do Itamaraty, e a discrição protocolar de quem está na berlinda, Serra começou a soltar as asinhas. No melhor estilo dos tucanos, um voo comportado.
Aqui e ali, notinhas plantadas davam conta de sua intenção de participar de uma possível prévia para a escolha do candidato do PSDB ao Palácio do Planalto em 2018.
Nem entre seus correligionários foi levado a sério. Ali a disputa afunilou entre Geraldo Alckmin e João Doria.
Diziam também que Serra até aceitava se fosse indicado, sem disputa, como candidato do partido ao Governo de São Paulo. Vai que cola.
Como seu mandato vai até 2020, Serra pode ciscar como franco atirador.
Seu problema é a Lava Jato e outras investigações. Serra sempre foi visto como um político diferenciado, estudioso, dedicado, um grande quadro. Daí o estrago maior quando cai na mesma vala de vários colegas no Senado.
Ali, Serra deixou de ser diferente.
Na segunda-feira (28), entre as flechas derradeiras de Rodrigo Janot, uma delas o alvejou. Com base no depoimento de Joesley Batista de que bancou R$ 7 milhões, em Caixa 2, na campanha presidencial de 2010, a ministra Rosa Weber autorizou a abertura de inquérito contra Serra. Outras virão.
A conferir.