No páreo pelo estratégico Ministério da Justiça e Segurança Pública, o juiz aposentado Carlos Mário Velloso virou pole position. É um ex-ministro do STF com excelente trânsito nos establishment político e econômico. Também é benquisto entre os barões da mídia.
Pode ser uma boa solução para Michel Temer. Quebraria a resistência à indicação de um deputado do PMDB no toma lá dá cá no Congresso Nacional.
Mas é uma escolha polêmica entre investigadores da Polícia Federal, que poderá chefiar, e o Ministério Público. Em 2008, durante a Operação Pasárgada, a PF chegou a investigar se Carlos Velloso teria usado seu prestígio de ex-ministro do STF para ajudar um alvo da apuração. Velloso disse que era tudo mentira.
Se for mesmo para o Ministério da Justiça, um dos abacaxis que Velloso teria que descascar é o clima de insubordinação de policiais e aliados no Espírito Santo.
Como bom mineiro, Carlos Velloso frequentou o belo litoral capixaba. Curtiu bons momentos ali, comprou inclusive um apartamento em Vila Velha. Mas também enfrentou dissabores.
Pegou mal entre os investigadores o fato de Velloso, quando ministro do Supremo Tribunal Federal, ter frequentado festas de aniversário do então deputado José Carlos Gratz.
Para quem se esqueceu, Gratz mandava e desmandava no Espírito Santo como presidente da Assembleia Legislativa. As investigações mostraram que, nos bastidores, ele seria também o chefão do crime organizado capixaba.
Velloso sempre repudiou as ilações de que, por seus eventuais contatos sociais e institucionais, ele tenha tido qualquer relação com Gratz e sua turma.
Pelo desenho esboçado no Palácio do Planalto, Carlos Velloso não cuidaria diretamente da segurança pública. Essa ficaria a cargo do delegado federal José Mariano Beltrame, badalado ex-secretário de Segurança do Rio de Janeiro.
A conferir.