Está pegando mal, mas muito mal mesmo. Enquanto parte do Brasil pega fogo, produzindo imagens impressionantes dos tanques no Espírito Santo e dos conflitos no Rio, a turma de Brasília trata de articulações para salvar a própria pele.
Como se já não fosse suficiente o desgaste dos últimos capítulos, com a polêmica promoção de Moreira Franco, a indicação do homem de confiança Alexandre Moraes para o STF e o controle “lavajatista” da CCJ do Senado e de outros postos importantes do Legislativo, o Planalto parece caminhar, célere, para outra trombada com a opinião pública.
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Nas últimas horas, cresceram as chances de o presidente Michel Temer ceder às pressões do PMDB e indiciar um político do partido para o Ministério da Justiça. Tem tudo para ser um desastre, seja ele Rodrigo Pacheco, Osmar Serraglio ou qualquer outro.
No momento, o que o Ministério da Justiça e da Segurança precisa, e muito rapidamente, é de um grande nome técnico para mostrar que o governo federal está minimamente preocupado em encontrar uma solução efetiva para o caos que já se instalou no ES, está perto do Rio e ameaça praticamente todos os estados em crise financeira.
Não basta mandar o exército ocupar as ruas das cidades conflagradas, como estamos vendo em mais de uma semana de sítio capixaba. É preciso passar ao país a ideia de que, apesar dos cintos apertados, o piloto não sumiu.
Em vez de ficar bolando estratagemas para blindá-los da Lava Jato, o que o Planalto e o Congresso deviam estar fazendo é se debruçar sobre soluções que ajudem os milhões de brasileiros que estão hoje acuados pela insegurança.
A nomeação rápida de um ministro da Justiça adequado, na linha de um José Mariano Beltrame, seria apenas um primeiro passo. Mas os governistas não parecem ver como prioridade essa resposta mínima à sociedade.
Brasília está doente, e sua moléstia é o medo da Lava Jato. Por isso, parece estar perdendo a capacidade de olhar para o resto do Brasil.