A obsessão dos políticos por uma salvação coletiva na Lava Jato

Os políticos voltaram à cena com o mesmo enredo que tentaram emplacar antes de saírem de férias: evitar um tombo coletivo com as novas revelações da Lava Jato.


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O problema deles é como fazer isso sem bater de frente com seus próprios eleitores. De novo, tentam fazer todo mundo de bobo. Se exibem em disputas públicas enquanto tramam nos bastidores uma salvação ampla, geral e irrestrita.

Nesse jogo, a plateia acompanha entretida disputas entre partidos por cargos da maior relevância, como o de ministro do Supremo Tribunal Federal e o de ministro da Justiça.

Nessa trama, parece um pega pra capar entre PMDB e PSDB. Pura ilusão. Eles têm o mesmo objetivo: sobreviver à Operação Lava Jato. No mesmo propósito estão aliados de todos os matizes e, com raras e minúsculas exceções, as oposições.

Quem circula pelo Congresso assiste a cenas que mostram como isso ocorre. Durante a tarde dessa terça-feira (7), o plenário da Câmara era um vazio só.

Pouco depois de anoitecer, o corredor em que os parlamentares, vindos de gabinetes e comissões, transitam para chegar ao plenário, ficou lotado. Estavam com pressa, nem olhavam para as fotos da exposição dos 100 anos de Miguel Arraes. Quem ia em direção contrária teve de se esquivar da manada.

O que motivou essa pressa toda? Aprovar a urgência para a votação a toque de caixa de uma espécie de anistia para os partidos envolvidos nas farras apuradas pela Lava Jato e por outras investigações.

Foram 314 votos a favor contra apenas 17.

Querem anistiar, além de si próprios, também seus partidos.

Esse é o maior consenso entre deputados e senadores.

O resto é firula.

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