Bateu uma ciumeira geral no PMDB, e a primeira preocupação do Planalto esta semana é apagar o incêndio doméstico antes que o Congresso comece a funcionar de verdade, com a distribuição das comissões temáticas nas duas Casas e a instalação da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara. O problema é que os peemedebistas estão diante de uma realidade incontornável: a fragilidade do governo Temer o tornou refém do apoio do PSDB, que cada vez ocupa mais espaços no Planalto e na Esplanada. A base desse acordo é a articulação de uma aliança em 2018 em que o PMDB mais uma vez abrirá mão da cabeça da chapa para apoiar um tucano para a presidência.
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A ida do tucano Antônio Imbassahy com plenos poderes para a Secretaria de Governo não agradou os peemedebistas, e o clima se acirrou ainda mais com declarações inábeis que o recém-reeleito Rodrigo Maia deu no fim de semana. Maia disse que o PSDB e o DEM vão liderar a aprovação das reformas no governo Temer, e de quebra derrubou o líder do governo, André Moura – que já estava na marca do pênalti mas terá a digital de Maia em sua destituição.
Nesse clima, o PMDB está começando a se sentir meio figurante em seu próprio governo, e todo mundo sabe dos riscos que isso representa. Por isso, Temer vai ter que criar e distribuir mais cargos para seus companheiros de partido.
E não há a menor chance de se acabar com essa fofoca. Em sua nova configuração, com Eliseu Padilha ouvindo as queixas do PMDB, Moreira Franco com poderes ministeriais e Antônio Imbassahy formalmente com a coordenação política, o Planalto volta ao modelito “ninho de cobras”. E põe cobras nisso…