Os problemas de Rodrigo Maia são problemas do Planalto

Rodrigo Maia presidente da Câmara dos Deputados

A inesperada união de quatro adversários, inclusive em torno de uma ação no STF contra sua reeleição, dificilmente vai tirar a presidência da Câmara do deputado Rodrigo Maia. Interlocutores do Supremo já mandaram dizer aos deputados que dificilmente a Corte suprema botará a mão em mais essa cumbuca, pois já tem problemas suficientes a administrar na relação com o Executivo. Do ponto de vista político, porém, as candidaturas que pipocaram de última hora na Câmara mostram que nem a eleição vai ser um passeio, como muitos imaginavam, e nem a aprovação dos projetos do governo – como a reforma da Previdência – vai ser fácil.

 


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Com origens e objetivos políticos totalmente diversos, Jovair Arantes (PTB), Rogério Rosso (PSD), Julio Delgado (PSB) e André Figueiredo (PDT) têm, cada um, pouquíssimas chances de vencer a eleição. Mas descobriram que, juntos, podem ser mais fortes e ganhar cada um o que quer – espaço no governo, em seus partidos e até na oposição, segundo o gosto do freguês.

Juntos, eles podem, por exemplo, levar a eleição a um segundo turno – tudo o que Maia e o governo não querem. Nesse caso, o atual presidente da Câmara continua favorito, mas terá que ceder e aceitar compromissos indesejáveis, sobretudo para o Planalto.

Seria uma demonstração de fraqueza, principalmente para aprovação das reformas. A derrubada da urgência para a votação da reforma trabalhista, por exemplo, já virou moeda de troca no apoio a Maia. Itens atenuando a reforma da Previdência – coisa que esta semana os governistas começaram a admitir em off – também podem acabar entrando na negociação para a reeleição de Maia.

O problema é que o cobertor do Planalto é curto. Se cede muito para reeleger Maia, desagrada seu outro pilar de sustentação, o PIB, que vem mantendo o apoio a um governo impopular e cheio de acusados na Lava Jato na esperança de ver essas reformas da economia aprovadas…

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