De uma maneira geral, os codinomes usados pela Odebrecht para esconder os nomes de políticos desagradaram os alvos. Uns passaram recibo. O ex-deputado Inaldo Leitão foi um deles. Ele não gostou nada de ser identificado nas planilhas da empreiteira como “O todo feio”.
A maioria guardou para si a raiva com os apelidos. O ex-senador Delcídio do Amaral, que passa uma temporada na fazenda da família em pleno Pantanal, quando soube que era chamado de “Ferrari”, até achou graça.
Todos imaginavam que o deputado Heráclito Fortes teria se incomodado com o codinome “Boca Mole”. Ele diz que não. E explica: “Na ditadura militar, nos informes internos, o SNI também pôs codinomes em seus alvos. O do doutor Uúlysses era Ramsés, o do Pedro Simon, Minuano, o do doutor Tancredo Neves, Boca Mole”.
A família de Heráclito é rica, fortuna herdada do sogro Ricardo Brennand. Ele ironiza o fato de, até agora, ter aparecido apenas uma doação da Odebrecht no valor de R$ 100 mil. “Isso é preço de Uber, né”.