Planalto comemora inflação abaixo da meta, mas crescimento ainda vai demorar

Ilan Goldfajn e Henrique Meirelles. Foto Orlando Brito

Assessores do Planalto ficaram animados com a informação de hoje do Banco Central de que as projeções do mercado financeiro indicam uma nova queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 6,52% para 6,49%, abaixo do intervalo da meta de 2016. Dão como certo uma redução maior de juros no inicio de 2017.

Inflação em queda e redução das taxas de juros significa que o país agora vai entrar em uma rota de crescimento? Não, caro leitor. Controle da inflação é fundamental para manter o poder de compra da moeda e dar segurança nas relações de troca da economia, mas, mesmo com juros mais baixos, o custo do dinheiro no Brasil é um dos maiores do mundo. Para quem tem dinheiro, vale mais a pena deixar no banco do que investir na produção.

Continuando a queda da inflação, que é em grande parte fruto também do processo recessivo e da perda do poder de compra da massa salarial, os juros até podem continuar estimulando o crédito e o consumo, mas tem limitações para trazer o país a um crescimento econômico mais robusto.

O que ainda está impedindo o Brasil de crescer são os seguintes fatores: o endividamento da União e estados devem inibir os gastos públicos para os próximos 20 anos; o cenário internacional é desfavorável às exportações; o comprometimento com credito atingiu a mais de 50% do Produto interno Bruto(PIB); a indústria ainda tem estoque elevado e baixa demanda no mercado consumidor, o que inibe novos investimentos. O desemprego tem afetado o consumo, o mesmo que ajuda a controlar os preços e inflação.

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