A comissão da Câmara que processa o projeto das 10 medidas contra a corrupção, propostas do Ministério Público, teve ontem um dia de verdadeiro frisson. No momento em que o relator Onyx Lorezzoni ia apresentar seu texto, um instalou-se um impasse sobre com relação à forma como estaria apresentada para votação a anistia ao Caixa 2 de campanha e a punição para magistradas por abuso de poder.
Onyx, pressionado por vários colegas e de posse de propostas que mudavam sua ideia original, pediu uma hora para dar nova forma ao seu relatório. Deputados contrários e a favor dos dois temas ficaram à sua espera. Por várias vezes, indagaram nos microfones do paradeiro de Lorenzzoni. O presidente da Comissão, Joaquim Passarinho, do Pará, disse também não saber do paradeiro do relator. Somente à noite, após seis horas de ausência, o parlamentar reapareceu.
Onyx passara a tarde na residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dando nova versão ao texto do seu relatório, com 12 medidas.
Com a sala cheia e com a expectativa sobre o novo teor do trabalho de Lorezzoni, a estrela da comissão foi o procurador Deltan Dallagnol, um dos autores das sugestões das 10 medias e componente da força tarefa da Operação Lava-Jato. Teve de atender a vários pedidos para selfies, dar autógrafos e entrevistas.