Sem grandes surpresas nem reviravoltas – a não ser por um começo de apuração que colocou Angela Amin à frente de Gean Loureiro e tornou a disputa mais emocionante em Florianópolis -, a segunda rodada de 2016 derrubou aquele mito de que o segundo turno é sempre uma nova eleição. Nem sempre. Neste domingo, confirmou-se a onda azul e conservadora do primeiro turno que atropelou os petistas e seus aliados.
Lula sequer foi votar em São Bernardo, e o único petista do cinturão vermelho da grande São Paulo, Carlos Grana, de Santo André, enfrentou uma derrota feia. Com apuração mais atrasada por causa do horário de verão, Recife prometia também uma derrota ao bem avaliado Joäo Paulo, vítima da maldição petista de 2016.
O PSDB vitorioso, porém, vai amanhecer dividido em sua maior vitória dos últimos 18 anos. Ainda que, como presidente do partido, o senador Aecio Neves tenha o direito de soltar fogos Brasil afora, a derrota em casa – Belo Horizonte, com a vitória de Alexandre Kalil sobre Joäo Leite – o coloca diante do fortalecimento da candidatura presidencial do governador Geraldo Alckmin em 2018.
A segunda rodada comprovou que Alckmin fez barba, cabelo e bigode em seu estado. Entre o primeiro e o segundo turnos, Alckmin já começou a ter comportamento de candidato, viajando pelo país e aparecendo em outras campanhas. Passou a ter chances de disputar e ganhar a candidatura pelo PSDB, embora a máquina partidária esteja na mão de Aécio.
O PSB, partido do vice de Alckmin, Marcio França, e alternativa partidária para o próprio governador, teve também bom desempenho em SP neste segundo turno, prenunciando uma aliança com o PSDB em 2018.