Só o fato de, lá do outro lado do mundo, em visita oficial ao Japão, o presidente Michel Temer estar tendo que falar de acusações de delações da Lava Jato a seus ministros, já é ruim. Isso quando ainda não foi revelado o total teor de acordos importantes como o da Odebrecht e da OAS, por exemplo.
Nos últimos dias, multiplicaram-se os depoimentos, delações e vazamentos que espraiam a Lava Jato para muito além do PT, mostrando que se aproxima o momento em que peemedebistas e tucanos estarão de fato enrolados. Muito mais virá. O que será do governo?
Ninguém imagina um cenário em que um governo cheio de citados e acusados de receber recursos de caixa 2 e de propina dê um show de gestão e competência. Muito menos que consiga, paralelamente ao burburinho das acusações, aprovar reformas difíceis e impopulares como a da Previdência.
O Planalto, obviamente, já percebeu isso. E a ordem agora é correr para fazer e aprovar tudo o que for possível antes da onda da Lava Jato chegar. No caso da PEC do Teto, primeiro marco das mudanças na economia, imagina-se que será possível. O resto, só Deus sabe.
Além de Deus, Temer e seu entorno contam com os longos prazos e os demorados rituais dos processos em Brasília, bem diferentes dos de Curitiba. Qualquer tempo agora é lucro.