Patricia Guerreiro leva Olhar Evadido para o Parque das Ruínas

A exposição é gratuita e ficará aberta até o dia 6 de novembro. A instalação conta com três obras suspensas feitas em arame farpado e busca levar o público à reflexão da presença deste material e o que ele pode ver e sentir através do mesmo.

Olhar evadido é o primeiro “site specific”, obra de arte criada de acordo com o ambiente, da artista visual Patricia Guerreiro. Está aberto a visitação no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, até o dia 06/11/22. A instalação conta com três obras suspensas feitas em 2 mil metros de arame farpado, sendo uma na fachada lateral da casa e duas no interior das ruínas. A montagem foi harmonizada no local, já que é uma arte em movimento constante que pode se modificar ao longo de sua permanência no Parque. A criação da artista carioca busca levar o público à reflexão da presença deste material e o que ele pode ver e sentir através do mesmo. É uma experiência além do óbvio.

Nas paredes internas das famosas Ruínas de Santa Teresa há poesias de José Ricardo Coimbra, que além de gestor do Parque é escritor e poeta. Os textos foram escritos exclusivamente para este “site specific”.

Desde 2017, Patricia Guerreiro desenvolve sua pesquisa poética com o arame farpado. Durante dois meses a artista frequentou o Parque das Ruínas para estudar o local e verificar as melhores condições, sejam elas climáticas ou estruturais do local, para a instalação do “site specific”.

“Assisto diariamente cenas de seres humanos e animais em fuga, presos, enclausurados ou marginalizados com o arame farpado em sua volta desafiando a liberdade. Quanta esperança habita quem o quer transpor? Ultrapassar seus limites?”, continua ela a me dizer sobre o que sente. Essa esperança é que alimenta minha arte. Um trabalho que me leva ao cerne da questão da segregação que não vê quem ou o quê”, explica Patricia.

Sobre Patricia Guerreiro

Patricia Guerreiro vive e trabalha no Rio de Janeiro. No seu trabalho Patricia aborda a objetificação e a violência do corpo como resultado de diversas intervenções e interpelações em determinadas épocas e lugares impondo limitações, autorizações, obrigações e afetado por diversos marcadores como, etnia, ideologia, religião, gênero e classe social .

Em sua primeira série a artista aponta que a domesticação e a normatização do corpo feminino podem ser reconhecidas como uma estratégia consideravelmente durável e flexível de controle social, cumprindo também com uma função ideológica que pode vir a se estender em inúmeras formas de violência.

Como desdobramento sua pesquisa se amplia para as questões de violência sobre o corpo segregado, sobre populações excluídas e movimentos migratórios.

Serviço:

Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas

R. Murtinho Nobre, 169, Santa Teresa, Centro – Rio de Janeiro-RJ

Horário: De quinta a domingo, das 9h às 16h – Até 06/11/22

Telefones: 21 2215-0621 | 21 2224-3922

Não tem estacionamento

Entrada gratuita

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