Diferente do estilo de Dilma Rousseff no comando do país, o presidente Michel Temer foi econômico em suas observações a respeito do plano de negócios da Petrobras e da sugestão de mudança na legislação de exploração de petróleo e gás apresentadas ontem pelo presidente da empresa, Pedro Parente, e pelo ministro das Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho.
Um dos presentes à mesa de reunião com o presidente da República disse a Os Divergentes que, diante da apresentação dos dados de investimentos da Petrobras para os próximos anos, Michel Temer soltou: “É notável!”. “Vocês estão fazendo isso, é? É muito interessante!”, teria dito o presidente, entre outras palavras amigáveis.
Dilma, como diziam seus assessores, gostava de espancar os dados neste tipo de apresentação de Power Point. Michel Temer, ao contrário, passou aos dirigentes da Petrobras a mensagem de que a bola está com eles.
Pedro Parente informou a Temer que a Petrobras vai investir em 2017 em torno de US$ 19,2 bilhões prioritariamente na exploração e produção de petróleo, de um total de R$ 74,1 bilhões até 2021. A maior parte, US$ 69,6 bilhões, serão investidos em exploração e produção de petróleo.
Parente, também, disse a Temer que colocará à venda US$ 19,5 bilhões em ativos da Petrobras para reduzir o perfil da suas dívidas e recuperar a capacidade de investimento. Por razões estratégicas de garantir competitividade no mercado internacional, a Petrobras voltará a fazer investimentos em exploração e produção de petróleo em outros países daqui há cinco anos.
No curto prazo, defendeu o ministro Fernando Coelho, é fundamental alterar a legislação que obriga a Petrobras a ser operadora única dos campos do pré-sal. Coelho e Parente disseram a Temer que seria muito importante atualizar a legislação regulatória sobre petróleo e gás para dar maior clareza e segurança ao investidor.
Hoje, quando é feita a licitação para exploração de alguns campos, fica difícil definir o que separa um do outro no espaço do pré-sal onde o petróleo está armazenado. Uma das alternativas é fazer a exploração compartilhada de custos e investimentos entre as empresas em casos de área continua de campos de petróleo.