Eleições de 1989 – Relembrando a festa do candidato Leonel Brizola

Em 1989, a festa de lançamento da candidatura de Brizola a Presidente. Foto Orlando Brito

O plenário da Câmara, em Brasília, fez a maior festa para consagrar a candidatura de Leonel Brizola a presidente da República. A última eleição direta para o Palácio do Planalto havia sido em 1960, quando Jânio Quadros foi eleito para o lugar de Juscelino Kubitschek. Decorridas três décadas, muita coisa aconteceu na história do Brasil. A começar pelo próprio Jânio que renunciou ao mandato após sete meses de assumir. Em seu lugar, subiu o vice João Goulart.

Jango era cunhado de Leonel Brizola. E Brizola, governador do Rio Grande do Sul. Com o Golpe Militar de 1964, ambos perderam os postos para os quais foram eleitos. Jango foi deposto da Presidência da República e Brizola, do governo do Rio Grande do Sul. Tiveram que se refugiar no Uruguai e depois, noutros países. O período dos militares no poder produziu situações terríveis, com censura, prisões, cassações de mandatos etc. Goular faleceu em 1976. Porém, em 1979, Brizola retornou ao Brasil, beneficiado pela Anistia, ainda no governo do general João Figueiredo.

O retorno de Brizola — assim como de outros exilados, Miguel Arrais, por exemplo — levou euforia a milhares de brasileiros que foram recebê-lo. Voltou à política e até se elegeu governador do Rio de Janeiro. Agora, com partido novo, o PDT, se candidatava na eleição de 1989, a presidente da República. Nessa foto, vemos a festa de seus apoiadores no dia da Convenção Nacional que lançava sua chapa como presidente e o deputado pernambucano Fernando Lyra como vice.

Lá estavam políticos de prestígio e personagens de renome: Luis Carlos Prestes, Miro Teixeira, Darcy Ribeiro, o jornalista Roberto D’Avila, Marcelo Alencar, Amaury Müller, Adbias Nascimento, Getúlio Dias e dona Neuza, a esposa de Brizola. Pela alegria e empolgação na cerimônia de lançamento da candidatura, via-se que seria uma chapa competitiva, capaz de derrotar outros postulantes à Presidência, como Ulysses Guimarães, Mário Covas, Aureliano Chaves, Ronaldo Caiado e Lula. Mas quem acabou eleito e subiu a rampa do Planalto foi o ex-governador de Alagoas, Fernando Collor, vencendo Luis Inácio da Silva. O gaúcho Leonel Brizola não chegou a ir para o segundo turno, obteve pouco mais 11 milhões de votos.

 

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