Ainda que a Casa Branca não tenha confirmado uma agenda bilateral do presidente Barack Obama com Michel Temer, os dois devem se encontrar por alguns minutos na terça-feira, durante a abertura da Assembléia Geral da ONU em Nova York.
Cabe tradicionalmente ao presidente brasileiro, todos os anos, fazer o discurso inaugural dessa solenidade. Logo em seguida, pela ordem, fala o presidente americano. E os dois ocupantes desses cargos costumam se encontrar rapidamente nos bastidores das Nações Unidas, num corredor que liga diversas salinhas que ficam atrás do púlpito e da mesa diretora da assembléia, onde aguardam os presidentes oradores que vão falar em seguida.
Assim foi com Dilma Rousseff, primeira mulher a abrir uma assembléia das Nações Unidas, em setembro de 2011. Na ocasião, a presidente fez uma discurso bastante elogiado, inclusive pela então secretária de Estado Hillary Clinton, com quem se encontrou nos bastidores na saída. Eram outros tempos, o Brasil vivia uma fase de crescimento, distribuição de renda e sucesso internacional.
Dois anos depois, num plenário improvisado, pois o principal estava em reforma, Dilma cruzou nos bastidores com Obama num clima bem mais azedo. Ela acabara de fazer um duro discurso na assembléia reclamando da atuação da NSA, a agência de segurança americana que andou espionando e interceptando ligações e mensagens de chefes de governo e empresas em diversos países, inclusive dela própria.
Independentemente da situação que o país esteja atravessando, a ida à ONU é sempre uma oportunidade especial para os presidentes brasileiros, um momento em que se mostra ao mundo e ao próprio Brasil. Em 2011, Dilma passou dois dias trancada com ministros e assessores em sua suíte no Waldorf Astoria preparando o discurso, feito e refeito dezenas de vezes. É possível que Temer venha a fazer o mesmo. A primeira ONU ninguém esquece…