Quando olhamos para trás, voltando aos bancos escolares, lembramos da turma do fundão, da bagunça e das notas baixas e nos surpreendemos agora, quando alguns deles são grandes empresários, montaram negócios e se deram bem. Outros que sentavam na frente, tiravam notas altas, enveredaram pela burocracia ou por uma profissão que lhes permite viver bem, mas sem compor uma poupança extraordinária. Alguns mais surpreendentes ainda, nem puderam frequentar muito tempo de escola por restrições sociais e dão show de empreendedorismo com empresas surgidas do nada. De outro lado, alguns herdeiros de empresas se deram bem, aumentando o patrimônio da família e outros queimaram tudo.
O que faz essas diferenças, esse sucesso, fracasso ou irrelevância? Será inteligência?
Até recentemente, as pessoas acreditavam que a inteligência poderia ser medida, através de testes, como o famoso teste de QI que, no entanto, foi perdendo relevância, pois nem sempre as pessoas mais inteligentes e bem sucedidas obtinham os melhores resultados.
Será porque existem vários tipos de inteligência?
Na verdade, existem sete tipos de inteligência, segundo Howard Gardner, psicólogo autor desta teoria e todas as pessoas têm um pouco das sete dentro de si, embora cada pessoa tenha um tipo mais desenvolvido. Esses sete tipos de inteligência são:
Linguística – caracterizada por grande facilidade de se expressar, tanto oralmente como na forma escrita;
Lógica – Alta capacidade de memória e um grande talento para lidar com matemática e lógica em geral;
Motora – Grande talento em expressão corporal e com uma noção excelente de espaço, distância e profundidade;
Espacial – Enorme facilidade para criar, imaginar e desenhar imagens 2D e 3D;
Musical – Grande facilidade para escutar músicas ou sons em geral e identificar diferentes padrões e notas musicais. É dos mais raros;
Interpessoal – Enorme capacidade para convencer o outro a fazer tudo o que acharem conveniente. Típica de liderança;
Intrapessoal – Enorme facilidade para entender o que as pessoas pensam, sentem e desejam. Está também associada à liderança.
Mas será que os tipos de inteligência explicam o sucesso nos negócios?
O famoso curso Empretec do Sebrae, desenvolvido pela ONU, lista as características e atitudes dos empreendedores de sucesso: 1. Busca de oportunidade e iniciativa; 2. Persistência; 3. Correr riscos calculados; 4. Exigência de qualidade e eficiência; 5. Comprometimento; 6. Busca de informações; 7. Estabelecimento de metas; 8. Planejamento e monitoramento sistemáticos; 9. Persuasão e rede de contatos; 10. Independência e autoconfiança.
Nem todas essas características se associam diretamente a um tipo de inteligência. Será que os sete tipos de inteligência explicam tudo ou será que existe uma oitava inteligência, a inteligência empreeendora, que alguns trazem no DNA, outros aprendem em família, e outros desenvolvem por pura necessidade?
Será que o “espírito animal”, aquele impulso espontâneo para a ação, ao invés da inação, de que falava Keynes, faz parte dessa inteligência empreendedora? Será que a capacidade de “tirar de onde não tem e colocar onde não cabe”, na definição de empreendedor feita por Nizan Guanaes, é parte dessa inteligência?
A capacidade de empreender que algumas pessoas demonstram e praticam é algo especial e deveria ser mais bem compreendida – e louvada, porque é isso que gera riqueza. E tem a ver com um tipo especial de inteligência