Não foi só o tamanho e a composição da manifestação de domingo que assustou integrantes do governo Temer. O monitoramento das redes sociais na semana do impeachment também aponta dados preocupantes para o Planalto, semelhantes aos de 2013, segundo especialistas.
Por exemplo, a hashtag #ForaTemer já é maior que o #ForaDilma do auge dos protestos antipetistas, segundo estudo do Blog do Fabio Malini (@fabiomalini), que transcrevo aqui:
“Entre os dias 08 a 16 de março de 2015, coletamos no Labic 6 milhões de tweets acerca das grandes manifestações contra o governo Dilma. Filtrei apenas aqueles que continham os termos foradilma, forapt, imaginaseadilma, vemprarua15demarco, vaiadilma, impeachmentdilma, impeachment, impeachmentja, “fora pt” e “fora dilma”. Ao total, 483.797 posts. Esta semana, quando se intensificaram as manifestações contra o impeachment de Dilma, o #ForaTemer atingiu 769.455 publicações no Twitter (rede que se manteve fortíssima na produção de tendência, contaminando intensamente o Facebook, onde o jogo é jogado)”.
Mais: o mesmo monitoramento do @fabiomalini detectou que uma avalanche de eventos, convocados por atores não alinhados ao ex-governismo, tomou Facebook, Twitter e Instagram. “A viralidade minoritária contaminou a base lulista, que se juntou e vitaminou os atos de domingo passado. 400 páginas de Facebook foram ativadas por 96 mil pessoas, que passaram a se constituir em núcleo duro da organização dos atos de rua, que, diferentemente dos anteriores, estão utilizando a fórmula de junho de 2013: sem líderes, sem carro de som, sem balões de entidades sindicais e com os manifestantes marchando pela cidade, longe da lógica de showmícios sindicais e da micareta verde-amarela”, constatou.
Tudo isso quer dizer que o Planalto precisa urgentemente monitorar e decifrar os movimentos das redes sociais e das ruas. Antes que aconteçam.