Os advogados de Eduardo Cunha quase caíram da cadeira na última quinta, no depoimento do ex-diretor geral da Câmara, Sérgio Sampaio, ao STF quando ele confirmou que o diretor de Informática da Casa, Luiz Antônio da Eira, havia sido afastado do cargo por Cunha em retaliação ao vazamento da informação de que a senha do deputado fora usada para redação de requerimentos suspeitos de convocação investigados pela Lava Jato. A informação era conhecida por toda a torcida do Flamengo, mas Cunha sustentava outra versão e esperava vê-la confirmada pelo depoente, que havia sido indicado por sua defesa.
Sampaio, que deixou a Câmara muito antes do afastamento de Cunha e hoje é Chefe da Casa Civil do Governo do DF, confidenciou a interlocutores não ter entendido por que foi arrolado como testemunha de defesa por Cunha. Talvez a intenção dos advogados tenha sido falar dos ritos de tramitação desses requerimentos e do hábito dos deputados de passar suas senhas a funcionários dos gabinetes.
O que a defesa não esperava, talvez, é que o ex-diretor geral fosse indagado pelos procuradores da Lava Jato no STF sobre a destituição do chefe da Informática em represália às informações que saíram da Casa sobre os requerimentos. Perguntado, Sampaio disse a verdade, complicando ainda mais a situação de Eduardo Cunha.